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Para alguns IA é desemprego – para outros...
Por Vivaldo José Breternitz
Publicado em 23/06/2025 18:44
Ciência & Tecnologia

Para alguns IA é desemprego – para outros...

 

  Vivaldo José Breternitz (*)

O CEO da OpenAI, criadora do ChatGPT, Sam Altman, afirmou que a Meta, de Mark Zuckerberg, ofereceu bônus de contratação de até US$ 100 milhões para tentar atrair os principais pesquisadores de inteligência artificial da OpenAI.

A revelação foi feita na semana passada ao podcast Uncapped, apresentado por seu irmão, Jack Altman. “A Meta começou a fazer ofertas fabulosas para muitas pessoas de nossa equipe - bônus de assinatura de US$ 100 milhões e remuneração anual altíssima”. Altman completou dizendo: “estou realmente feliz porque, pelo menos até agora, nenhum dos nossos melhores talentos aceitou essas propostas”.

As ofertas astronômicas ilustram o nível de competição feroz no setor de inteligência artificial, com gigantes como Meta tentando não ficar para trás de concorrentes como OpenAI, Google e Microsoft na corrida por tecnologias cada vez mais avançadas.

O setor de tecnologia vive uma disputa sem precedentes por talentos em IA, com pacotes salariais que rivalizam com os das elites de Wall Street ou do esporte profissional – segundo a Forbes, o atleta mais bem remunerado do mundo é Cristiano Ronaldo que deve ganhar US$ 275 milhões neste ano. Para reter talentos, empresas como a OpenAI também têm oferecido bônus milionários aos seus funcionários mais valiosos.

Segundo relatos, pesquisadores de ponta da OpenAI recebem salários anuais de cerca de US$ 10 milhões, além de bônus de retenção de vários milhões. Altman afirmou, no podcast, que espera que as recompensas financeiras cresçam com o tempo, mas sempre alinhadas à missão da empresa. “Acredito que há um alinhamento de incentivos aqui, com a missão em primeiro lugar e as recompensas econômicas vindo como consequência”, explicou.

No mês passado, a Reuters revelou que o pesquisador da OpenAI Noam Brown, atualmente na OpenAI, teve contato com grandes nomes da tecnologia quando buscava mudar de emprego há dois anos. Segundo a reportagem, almoçou com Sergey Brin, cofundador do Google, jogou pôquer na casa de Sam Altman e recebeu a visita de um investidor que viajou em jato particular.

Mesmo com propostas mais lucrativas na mesa, Brown optou pela OpenAI, que, segundo ele, demonstrou maior comprometimento com seus objetivos de pesquisa.

Neste momento em que tantos se preocupam com perder seus empregos em função da ascensão da inteligência artificial, é impressionante ver até onde os salários na área podem chegar.

(*) Vivaldo José Breternitz, Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor e consultor – vjnitz@gmail.com.

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