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Trump autoriza Nvidia a voltar vender à China
Por Vivaldo José Breternitz
Publicado em 27/07/2025 22:48
Ciência & Tecnologia

Trump autoriza Nvidia a voltar vender à China

Vivaldo José Breternitz (*)

Jensen Huang, CEO da Nvidia, obteve autorização do governo Trump para voltar a vender seus chips H20 à China.

A autorização veio depois de reuniões de Huang com autoridades chinesas e com Trump – a autorização é uma vitória importante para a Nvidia, pois esses chips, extremamente importantes para processamento de inteligência artificial, tiveram sua venda a empresas chinesas proibida.

O chip H20 é uma versão reduzida do poderoso H100, e foi desenvolvido especialmente para o mercado chinês, em conformidade com as restrições de exportação dos EUA. A venda dos chips mais avançados continua proibida, devido a preocupações com a segurança nacional e como parte dos esforços de Washington para manter a liderança americana em inteligência artificial.

Em abril, essas restrições foram ainda mais endurecidas, após o sucesso inesperado da startup chinesa DeepSeek. O governo dos EUA interrompeu até mesmo a exportação do H20 básico, o que poderia representar perdas de bilhões de dólares para a Nvidia.

Agora, ao que tudo indica, Huang conseguiu convencer Trump de que vender para a China pode ser um ganho estratégico para os Estados Unidos. Segundo a empresa, durante as reuniões com o presidente e outros formuladores de políticas, Huang reafirmou o compromisso da Nvidia com os esforços da administração Trump no sentido de gerar empregos, fortalecer a infraestrutura de IA no país, incentivar a produção doméstica e garantir a liderança americana no setor.

Huang também destacou que, se o futuro é movido por IA, é melhor que essa tecnologia funcione usando hardware norte-americano. 

A notícia chega poucos dias após a Nvidia entrar para a história como a primeira empresa a atingir US$ 4 trilhões em valor de mercado. Fundada em 1993, a Nvidia era inicialmente conhecida por seus chips voltados ao setor de games, mas hoje é peça central em avanços tecnológicos como inteligência artificial, robótica e veículos autônomos.

Os resultados também beneficiaram pessoalmente Jensen Huang, que na adolescência trabalhou como lavador de pratos e agora é o oitavo homem mais rico do mundo.  

Mais uma vez se conforma a validade do dito americano: “business is business”, ou “negócios são negócios”, no sentido de que o lucro é o mais importante...

(*) Vivaldo José Breternitz, Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor e consultor – vjnitz@gmail.com.

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