Se até líderes de grandes organizações, como Jorge Gerdau Johannpeter, têm enfrentado sérias dificuldades para exercer uma visão estratégica clara diante do cenário global atual, imagine a complexidade desse desafio para os micro e pequenos empresários. As incertezas econômicas e políticas exigem das empresas a capacidade de se adaptar rapidamente, identificando oportunidades e ameaças num horizonte cada vez mais instável e imprevisível.
Pequenos negócios, muitas vezes limitados por falta de recursos financeiros, tecnológicos e humanos, encontram desafios ainda maiores para antecipar tendências, planejar investimentos e traçar estratégias eficazes de médio e longo prazo. Por isso, é fundamental que micro e pequenos empresários desenvolvam habilidades de gestão ágil, mantendo flexibilidade em suas operações e tomando decisões rápidas baseadas em informações atualizadas e relevantes. Além disso, investir na capacitação contínua em temas estratégicos, fortalecer redes de cooperação e contar com apoio especializado pode reduzir significativamente os riscos inerentes a esse ambiente turbulento.
Diante disso, torna-se evidente que, para sobreviver e prosperar, especialmente em momentos de alta complexidade, os pequenos empreendedores devem priorizar o aprimoramento constante da sua visão estratégica, buscando combinar intuição empreendedora com ferramentas práticas que permitam navegar com segurança em tempos de incertezas.
Prof. Fulvio Cristofoli
Abaixo, segue resumo da reportagem de hoje do Estadão intitulada "Quase me tornei um analfabeto de visão estratégica’, diz Jorge Gerdau Johannpeter - Estadão"
A reportagem do Estadão apresenta uma entrevista com Jorge Gerdau Johannpeter, renomado empresário brasileiro e ex-presidente da multinacional Gerdau, especializada em produção de aço. Aos 88 anos, Jorge Gerdau reflete sobre as dificuldades atuais de se fazer previsões estratégicas diante de um cenário global extremamente complexo e incerto. Apesar de sua vasta experiência e reputação como estrategista, ele afirma sentir-se quase como um "analfabeto de visão estratégica", destacando que nunca teve tanta dificuldade em projetar o futuro como agora, especialmente devido às políticas protecionistas implementadas pelo presidente americano Donald Trump, que estabeleceu tarifas de até 50% sobre exportações brasileiras.
Gerdau ressalta que tradicionalmente conseguia enxergar claramente vários anos à frente e realizar planejamentos estratégicos consistentes, mas atualmente encontra dificuldades até para prever os próximos meses ou anos, considerando a instabilidade geopolítica e econômica mundial. Diante disso, a abordagem atual da empresa é manter uma visão estratégica de longo prazo, porém concentrando esforços em execuções práticas de curto prazo, com investimentos contínuos em modernização para garantir a sobrevivência e a competitividade global.
Ele comenta ainda sobre o papel central dos Estados Unidos em tecnologia e inovação, duvidando que as promessas de recuperação industrial feitas por Trump sejam totalmente viáveis, dada a liderança histórica norte-americana baseada principalmente em avanços tecnológicos. A entrevista também aborda a importância crescente da sustentabilidade econômica, social e ambiental, com Gerdau enfatizando que a iniciativa privada deverá assumir maior protagonismo em ações sustentáveis, especialmente diante das limitações financeiras enfrentadas pelos governos.